Covid-19. Universidade de Coimbra já comprou mais de 60 tablets e cartões de dados para alunos carenciados

Nem todos os estudantes têm acesso à internet e computadores em casa para assistirem sem constrangimentos às aulas em casa

Foi a primeira universidade a suspender as aulas presenciais e uma das que mais se tem feito ouvir quanto à necessidade de mapear e ajudar os alunos e professores com dificuldades em ter aulas à distância.

“Foi enviada uma comunicação aos dois mil bolseiros a perguntar se tinham alguma dificuldade de comunicação para assistirem às aulas”, conta ao Expresso Amílcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra. Aos que responderam "sim", foi perguntado qual a dificuldade.

Aos demais alunos, foi aberto um canal de comunicação em conjunto com a Associação Académica de Coimbra para poderem manifestar constrangimentos sentidos com o ensino à distância.

Ao todo, a universidade já comprou mais de 60 tablets e cartões de dados, “mais cartões do que máquinas”, confessa Amílcar Falcão, porque, apesar dos esforços, “há quem neste momento não esteja a receber conteúdos digitais por não ter meios para isso”, retrata Daniel Azenha, presidente da Associação Académica de Coimbra.

A academia coimbrã foi a primeira a manifestar-se junto do Ministério da Educação, no sentido de olhar pelos estudantes universitários sem acesso à internet ou sem equipamentos eletrónicos e, por isso, em desigualdade perante os colegas.

“O que também pedimos ao ministro foi para haver uma análise rápida”, num olhar que se alastrasse por todas as universidades públicas do país, capaz de reduzir desigualdades. Até agora, garante Daniel Azenha, ainda não houve qualquer resposta.

02.04.2020 Expresso - JOANA ASCENSÃO