"Corpo docente envelhecido e desanimado"

Novo diretor da Faculdade de Medicina promete energia renovada e mais articulação Altamiro da Costa-Pereira assumiu ontem mandato de três anos

O novo diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), Altamiro da Costa-Pereira, encontra "um corpo docente envelhecido" e "desanimado", mas promete uma faculdade com renovada energia, iniciativa própria e mais articulada com a sociedade.

Na tomada de posse, dirigiu-se ao reitor da UP, António Sousa Pereira. "Como sabe, recebo uma faculdade com um corpo docente envelhecido e maioritariamente desanimado, arredado que tem sido da progressão nas suas carreiras e afastado que tem estado, há quase duas décadas, do governo" da FMUP "que se quer agora mais participado", afirmou na Reitoria.

Porém, o diretor espera, no final do mandato, "devolver à Universidade uma faculdade com renovada energia, rejuvenescida e, sobretudo, capaz de ter iniciativa própria, ao invés de apenas reagir" às adversidades. Pediu, por isso, ao reitor que o "ajude a fazer as transformações que se impõem" para o "desenvolvimento da faculdade".

Já num apelo aos colegas do Conselho Executivo, pediu empenho perante os diversos constrangimentos. Altamiro da Costa-Pereira sublinhou que, no primeiro ano de mandato, terão de fazer um levantamento dos "espaços a renovar, transformar ou vivificar", dos recursos humanos e financeiros.
JOÃOZINHO DESESPERA

Nos anos seguintes, mais três, "muito mais teremos de fazer se quisermos delinear planos de ação e implementar medidas concretas e viáveis, à luz dos diversos constrangimentos", que diz serem "financeiros, organizacionais ou mesmo políticos".

Os apelos continuaram, com recados pelo meio. "De vós espero tudo e a vós irão retornar todos os sucessos que venham a ser conseguidos", garantiu aos docentes e técnicos para quem "é certamente a instituição" que lhes "dá um gosto profissional acrescido, já que não é de certeza a pouca compensação económica que dela auferem que justificará" o empenho.

Aos diretores das unidades orgânicas pediu "paciência e boa vontade" para as "dificuldades" e no decorrer "das negociações" para o próximo Orçamento do Estado.

Tempo houve para falar do Joãozinho. Após recordar o movimento iniciado pelo antigo diretor Alfredo Magalhães, que deu origem à Maternidade de Júlio Dinis, disse que "a história vai-se repetindo", com "modos diferentes e distintos atores". "E agora temos aí o Joãozinho que desespera por um final igualmente feliz".

Jornal de Notícias - Porto | 15.11.2018 - Carla Soares