Governo cria prémio de inovação de 10 mil euros na administração pública

Maria Manuel Leitão Marques defendeu a importância de reconhecimento da inovação, justificando que “em qualquer tipo de organização se não existir reconhecimento de mérito, dificilmente a participação é incentivada e dificilmente a inovação é alargada”.

A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, anunciou esta quarta-feira a criação de dois prémios no valor de dez mil euros cada, que visam o reconhecimento de inovação na Administração Pública.

“Vão ser criados dois prémios”, disse Maria Manuel Leitão Marques, no discurso de abertura do 10º Congresso Nacional da Administração Pública, realizado no Centro de Congressos de Lisboa. A ministra esclareceu que serão “dois prémios para a área de valorização dos recursos humanos e prémios para a valorização da gestão, um prémio de dez mil euros para cada equipa que se distinga nestas iniciativa”.

Maria Manuel Leitão Marques defendeu a importância de reconhecimento da inovação, justificando que “em qualquer tipo de organização se não existir reconhecimento de mérito, dificilmente a participação é incentivada e dificilmente a inovação é alargada”.

“Para os ambientes de trabalho é muito importante. É um aspecto que estamos a dar muita importância: a conciliação a vida pessoal, profissional, familiar. O equilíbrio entre estas três linhas de vida que é a nossa vida diária, que muitas vezes se amanharam, se sobrepõe, se atropelam numas às outras. Estamos a trabalhar em medidas dessa natureza, também aqui podemos ser inovadores no ambiente de trabalho”, explicou.

A ministra enumerou ainda as iniciativas governativas para promoção da inovação na administração, entre as quais “pacotes de formação em diferentes áreas, não apenas na tecnologia, mas na gestão de informação, avaliação da mesma”.

“Quem inova e nunca falha é porque inova muito pouco, não devemos ter medo, por vezes falhamos. Quando falhamos temos é que perceber porque é falhámos para não cometer o mesmo erro”, disse. É neste sentido que defendeu a necessidade de “favorecer a possibilidade de experimentar”.

“Nunca experimentávamos, decretávamos. A lei era publicada, aplicávamos em todos os nossos serviços. Quando somos mais inovadores, às vezes, é melhor controlar um pouco esse risco e experimentar criar um serviço comum de apoio à experimentação e à inovação”, apontando o exemplo do laboratório Lab X “que está ao serviço de todas as entidades públicas, da administração central e da administração local”.

Maria Manuel Leitão Marques reconheceu ainda as limitações à inovação em virtude do ambiente regulatório e de “às vezes” trabalhar com entidades exteriores à administração pública.

“Às vezes não dá muito espaço para inovar porque as regras da Administração Pública dificultam a inovação aberta. Temos consciência disso, temos que melhorar e estamos disponíveis dentro daquilo que são a nossa liberdade regulatória estamos disponíveis para criar um ambiente regulatório favorável”, disse.

“Existem dois tipos de risco: os que não podemos correr – não podemos desligar o site de Autoridade Tributária, por exemplo, o da segurança social e pensar como fazer tudo de novo -, não podemos fazer isso. Existem os riscos que não nos podemos dar ao luxo de deixar de correr: melhorar os serviços públicos, estar atento às expectativas dos seus utentes, adaptar ao contexto social onde vivemos, acompanhar o mundo. Ser inovador na administração pública é um risco sem dúvida nenhuma mas é um risco que não podemos deixar de correr”, concluiu.

Ânia Ataíde 31 Outubro 2018, Jornal Económico