"Todos os dias chegam queixas novas" de assédio moral

Sindicato Nacional do Ensino Superior confirma casos de assédio moral aos professores, sobretudo nas instituições públicas. Estudo divulgado pelo jornal Público adianta que três em cada quatro professores já foram vítimas de assédio.

O Sindicato Nacional do Ensino Superior confirma que os casos de assédio moral são frequentes, nas universidades e politécnicos.

O jornal Público revela, este domingo, um estudo que mostra que três em cada quatro docentes dizem ter sido vítimas pelo menos uma vez de assédio moral, desde censura, críticas ao trabalho, decisões e opiniões constantemente contrariadas.

O estudo do investigador da Universidade de Évora, António Portelada, ouviu dois mil professores que apontam o dedo, sobretudo, aos diretores e, em particular, no Ensino Superior.

Entrevistado pela TSF, o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior, Gonçalo Velho, confirma que os casos de assédio moral fazem parte do dia-a-dia de quem dá aulas nas universidades e politécnicos.

Gonçalo Velho diz que assédio moral é um problema diário nas instituições de Ensino Superior

Gonçalo Velho fala em autoritarismo e prepotência e aponta o dedo quer às instituições, quer à Direção-geral do Ensino Superior.

O presidente do Sindicato fala em situações "inenarráveis" e em casos que se arrastam durante anos em tribunal.

"Não existe um regulador ativo, a Inspeção-geral de Educação e ciência não tem vindo a fazer o seu trabalho", adianta o dirigente, lembrando que a situação é pior no setor público.

Ouvido pela jornalista Maria Miguel Cabo, Gonçalo Velho adianta que situação é pior no Ensino Superior

"No público, a situação de prepotência que é colocada pela forma como a legislação foi alterada, como a autonomia das instituições foi transformada neste 'direito para tudo fazer' dos reitores e presidentes dos politécnicos que perturba quer o público quer o privado", adiantou.

Já o presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, garante não conhecer casos de assédio moral no ensino básico e secundário e lembra que as direções das escolas não são agentes agressores.

Contactado pela TSF, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior não comenta estas denúncias.

* com Maria Miguel Cabo e Cristina Lai Men - 12 de agosto de 2018 - TSF