Universidade perde 3,1 milhões com redução da propina

Reitor diz nos 38 anos da FPCEUC que congelamento do preço das propinas nos últimos três anos acarretou uma diminuição de 600 mil euros de receita

O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, estima que a anunciada redução do valor da propina proposta no Orçamento de Estado para 2019 irá custar 3,1 milhões de euros à instituição que dirige. Apesar da proposta de lei do Orçamento de Estado afirmar que as Universidades serão compensadas pela perda de receita resultante da diminuição das propinas, situação que encarou com cepticismo. Ou seja, a propina baixa mas as Universidades é que deverão ficar com o encargo do corte orçamental.

Recorde-se que a proposta de lei do Orçamento de Estado para 2019 inclui a redução do valor das propinas aplicadas pelas instituições de Ensino Superior, nomeadamente através da introdução de um limite ao valor máximo fixado anualmente para os cursos de 1.º ciclo, o que corresponde a uma redução de 212 euros face ao valor máximo aplicado actualmente. Ou seja, 856 euros.

João Gabriel Silva intervinha durante a sessão dos 38 anos da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UC, durante a qual deixou ainda claro que os três anos de congelamento do preço da propina acarretaram uma diminuição de receita de 600 mil euros para a UC.

Falando na mesma sessão, António Gomes Ferreira, director da faculdade afirmou que esta ainda poderia apresentar melhores resultados do que os que tem neste momento se, para além da readequação dos espaços em função de uma estratégia pedagógica, conseguisse obter um maior controlo da relação dos estudantes com os serviços da Universidade.

«Para isso importa poder melhorar os recursos humanos nos serviços das unidades orgânicas que mais contactam com o público e estudar uma melhor articulação com os serviços centrais da Universidade», concretizou.

O director da FPCEUC disse também que a faculdade teria «muito a ganhar com maior autonomia e responsabilização das unidades orgânicas no que se refere ao garante do bom relacionamento com os estudantes, os docentes, investigadores e em tudo o que exigir acompanhamento que tem a ver com a qualidade pedagógica e com a investigação funcionando mais em rede e em constante relação com os serviços centrais da Universidade».

«Seria útil encontrar formas de desburocratizar e de aumentar a relação entre profissionais e direcções de diferentes serviços de modo a encontrarem-se soluções e a tomarem-se decisões mais ágeis e consistentes», defendeu ainda o responsável.

Na sessão, que decorreu no auditório da faculdade, na Alta de Coimbra, foram também distinguidos os melhores alunos dos vários cursos no ano lectivo passado.

José João Ribeiro  - Diário de Coimbra  6.11.2018