Propinas rendem mais de 330 milhões a universidades e politécnicos

Responsáveis do superior avisam que Orçamento do Estado terá de cobrir verbas, que são quase 24% das receitas do setor. Só o corte anunciado de 20% da propina máxima, já neste ano, tira dois milhões a algumas instituições
Responsáveis do superior avisam que Orçamento do Estado terá de cobrir verbas, que são quase 24% das receitas do setor. Só o corte anunciado de 20% da propina máxima, já neste ano, tira dois milhões a algumas instituições

O ministro do Ensino Superior voltou a pôr a hipótese em cima da mesa e o Presidente da República aplaudiu e apoiou. Mas eliminar as propinas, ainda que num horizonte a médio prazo, de dez anos, será sempre uma meta exigente, tendo em conta o protagonismo que estas têm vindo a assumir nas contas das instituições do ensino superior. As propinas renderam às universidades e aos politécnicos públicos 330,1 milhões de euros em 2017, o valor mais alto de sempre. E a importância desta contribuição dos alunos para as receitas das instituições acentuou-se todos os anos na última década.

Entre 2008 e 2017, de acordo com dados do relatório Estado da Educação 2017, divulgado em dezembro passado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), as receitas anuais com as propinas cresceram quase 72 milhões de euros e a fatia por estas ocupada no bolo orçamental do superior público passou de 13,7% para 23,7%. Ou seja: registou um aumento de dez pontos percentuais.
Pedro Sousa Tavares - Diário de Notícias Online | 9.01.2019