Tribunal dá visto para obras no Teatro Jordão

Empreitada estende-se à Garagem Avenida, ao lado, e custará cerca de 11 milhões de euros

A Câmara Municipal de Guimarães já tem o visto favorável do Tribunal de Contas para a obra de requalifícação do Teatro Jordão e da Garagem Avenida. Uma obra há muito esperada na cidade e que está orçada em 11 milhões de euros sendo que, garantiu o presidente da Autarquia, terá cerca de sete ou oito milhões de financiamento de fundos europeus, essenciais para que a empreitada seja uma realidade.

"A obra irá iniciar-se em breve e agora só depende da Câmara e de alguns procedimentos de pormenor que estão em falta. Os fundos europeus são determinantes, porque temos recursos financeiros a alocar por todo o território e, se gastarmos num sítio só, não temos para os outros", disse Domingos Bragança.

Com 80 anos, o Teatro Jordão é um dos ícones culturais da cidade mas está encerrado desde 1993 e a sua requalifícação chegou a estar prevista para 2012 no âmbito da Capital Europeia da Cultura, mas nunca se consumou. A Câmara, para evitar a total degradação do espaço ou a venda a privados que tivessem para o espaço outros fins, comprou o edifício por 2,2 milhões de euros em 2012. Nos últimos anos outras vicissitudes impediram a obra, que deverá arrancar em janeiro de 2019.

"Houve várias questões, uma anulação do concurso e só agora, há cerca de um ano, é que tive garantias de cerca de 70% de fundos europeus", disse Domingos Bragança, referindo-se ao concurso lançado em 2017 mas que teve que ser anulado devido ao não cumprimento de procedimentos por parte dos concorrentes. Ainda assim, O presidente da Câmara confessou que, apesar de ninguém gostar de atrasos, "este permitiu arranjar a melhor solução".

POLO CRIATIVO

A Garagem Avenida, edifício contíguo ao Teatro Jordão, também será requalificada no mesmo âmbito e os dois serão o prolongamento da recuperação da zona de Couros, servindo de polo criativo ao Campus da Universidade do Minho e onde serão instalados dois cursos dirigidos às Artes Performativas e Artes Visuais. Também será ali instalado o Conservatório de Música da Sociedade Musical de Guimarães, que funciona no Centro Histórico num edifício antigo e condições deficitárias.

Trata-se de mais um passo para a regeneração total da zona de Couros que a Câmara quer incluir no perímetro urbano já catalogado como Património da Humanidade pela UNESCO.

Jornal de Notícias - 14.11.2018 Carlos Rui Abreu