Ministro "repudia as imagens degradantes que as praxes académicas transmitem à sociedade"

Na última semana, alunos da Universidade da Beira Interior e da Universidade de Évora terão sido agredidos durante a praxe

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), Manuel Heitor, "repudia os dois eventos associados a "praxes académicas" que foram noticiados nos últimos dias", numa nota enviada à comunicação social. Manifesta ainda o seu apoio ao combate a este ritual de boas vindas aos novos estudantes universitários.

"O MCTES repudia as imagens degradantes que as praxes académicas transmitem à sociedade e considera que a integração dos novos estudantes deve ocorrer de forma positiva, em moldes que apresentem aos novos estudantes as vantagens da formação superior", pode ler-se no comunicado.

O esclarecimento surge na sequência da denuncia de um aluno da Universidade da Beira Interior, na Covilhã, que terá sido obrigado a despir-se para depois ser agredido com pás, na Serra da Estrela à noite. Na semana passada, o Bloco de Esquerda chamou a atenção para o caso de um estudante que terá sido obrigado a ajoelhar-se nas suas mãos e a colocar a cabeça em farinha na Universidade de Évora.

O ministro pediu aos reitores das duas universidades e ao diretor Geral do Ensino Superior para punirem "adequadamente todas as manifestações de poder, humilhação e subserviência associadas a praxes académicas, designadamente quando conflituam diretamente com a missão do ensino superior e o propósito daqueles que o frequentam".

Em vez desta prática, Manuel Heitor sugere a integração dos novos alunos através de iniciativas culturais e científicas. Neste âmbito nasceu, há dois anos, o projeto Exarp, que pretende receber os estudantes com atividades de âmbito cívico, social e desportivo.

Desde que o ano letivo começou a Direção-Geral do Ensino Superior já recebeu cinco queixas de práticas abusivas durante a praxe. No ano passado, foram apresentadas 18 reclamações - mais oito do que em 2016. A maioria das queixas é feita via e-mail.

Rita Rato Nunes – 01 Outubro 2018-TSF