Reitor da UMinho alerta para “clara escassez de recursos”

Aniversário da Escola de Economia e Gestão foi pretexto para o reitor olhar para as contas da Universidade do Minho e alertar para o subfinanciamento da instituição.

O reitor da Universidade do Minho (UMinho) alertou ontem que a instituição vive uma situação clara de “escassez de recursos” que obriga a uma “abordagem cautelosa dos investimentos a fazer”. Na sessão comemorativa do 40.º aniversário da Escola de Economia e Gestão (EEG) e num intervalo de uma reunião do conselho de administração, Rui Vieira de Castro apontou o subfinanciamento como “o problema” da UMinho.

“Não estou aqui para esconder dificuldades” e “é preciso coragem de definir prioridades” foram palavras ditas pelo reitor numa intervenção em que lamentou que a UMinho, que este ano lectivo ultrapassou os 20 mil alunos, esteja com o mesmo financiamento público de quando tinha 15 mil.

“Estaríamos numa posição mais confortável se não tivéssemos alargado o recrutamento”, observou, assumindo que o compromisso da instituição foi responder à procura da sua oferta formativa.

“Dificilmente podemos falar, nos últimos anos, de políticas para as instituições do ensino superior”, constatou Rui Vieira de Castro, temendo que a mesma opção prossiga no próximo ciclo político.

A par do subfinanciamento por parte do Orçamento de Estado, o reitor da UMinho deixou como nota de preocupação a situação criada com a guerra na Ucrânia, a cujas consequências a instituição não ficará imune.

Rui Vieira de Castro aproveitou a sessão de aniversário da EEG? para destacar como “desafios maiores” da UMinho a simplificação administrativa e a reforma estatutária.

Sobre o primeiro disse estarem já a ser tomadas medidas, nomeadamente a preparação de concurso para aquisição de plataformas informáticas para a gestão, contratação e recursos humanos.

Com o processo de reforma dos estatutos da UMinho, que segunda-feira próxima dá um passo em frente com a apresentação de um primeiro documento orientador ao Conselho de Presidentes de Unidades Orgânicas e que o reitor antevê “longo e difícil”, pretende-se mais autonomia destas estruturas.

Correio do Minho – José Paulo Silva | 11 de março de 2022