Reitores querem vacinas no Superior, Governo remete para "task force"

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior disse que os critérios da vacinação contra a covid-19 são determinados pela Direção-Geral da Saúde e pela "task force" que coordena o processo de administração das vacinas.

"Os critérios de vacinação são definidos pela DGS e pela 'task force'", reagiu, esta sexta-feira, o ministério da tutela, quando questionado sobre a posição tomada pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), que considera uma "inexplicável discriminação" a ausência dos funcionários do ensino superior dos grupos prioritários da vacinação e pede que a situação seja corrigida.

Na mesma nota, o organismo de coordenação do ensino universitário em Portugal salienta não existir motivo científico para a decisão, argumenta que o risco de contágio pelo novo coronavírus é semelhante em qualquer sala de aula e refere ter sido no ensino superior que foram identificados os primeiros casos em Portugal em estabelecimentos de ensino.

A entidade aludiu ainda à norma da DGS sobre o processo de vacinação onde são mencionados os "profissionais de estabelecimento de educação e ensino e respostas sociais de apoio à infância" como um dos grupos prioritários. "Por definição, deverão estar incluídos neste grupo os docentes e não docentes do ensino superior", pode ler-se na missiva.

O ensino superior é particularmente específico

Em março, Manuel Heitor tinha dito não conseguir "apoiar qualquer iniciativa de âmbito corporativo nessa área". "O ensino superior é particularmente específico, o número de horas de contacto é particularmente reduzido e há muitas outras profissões que são tão aptas a ser vacinadas como o ensino superior. Devemos seguir o plano como está, com firmeza e segurança e garantir que atingimos rapidamente a imunidade de toda a população, e apelo aos docentes do ensino superior que sejam solidários com toda a população", frisou na ocasião.

A presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior, Mariana Gaio Alves, criticou esta exclusão, lembrando que os docentes são um grupo profissional um pouco envelhecido e os seus alunos pertencem ao grupo etário com maior incidência de casos.

Jornal de Notícias | 23 de abril de 2021