Picada no dedo, colheitas de sangue e zaragatoas: como vão ser feitos os testes sorológicos da Universidade do Porto

Comunidade da Universidade do Porto terá acesso gratuito a testes sorológicos para perceber se já esteve em contacto com o novo coronavírus. Para além de se proteger, a academia quer dar informação à sociedade sobre a dinâmica da infeção

A primeira pesquisa é a menos intrusiva de todas. Consiste num “teste rápido”, uma picada no dedo habitualmente associada à medição da glicose no sangue. Esse teste permitirá perceber se a pessoa já produziu anticorpos específicos para o vírus, e, no caso de resposta afirmativa, se a infeção é recente ou antiga. Àqueles cujo resultado tenha confirmado uma infeção recente, vai ser feito um teste de despiste com zaragatoa, por forma a perceber se ainda se mantém.

Não poderemos, no entanto, para o médico epidemiologista especialista em saúde pública, associar os testes existentes à ideia de “passaporte imunitário”. “É uma idiotice e não tem seriedade nenhuma porque dá uma ideia de segurança que ninguém pode garantir”, assume, perante alguma preocupação dos ministros com um possível relaxamento das medidas de prevenção pela falsa sensação de imunidade.…

Ana Abrunhosa realçou a importância de encarar os testes sorológicos “como complementares aos restantes testes”, apesar de, na sua visão de economista, os considerar uma peça fundamental “na retoma da atividade económica". “Uma experiência inédita” no âmbito puramente académico, destaca o ministro Manuel Heitor, importante para a Universidade e que espera no futuro poder ser replicada por outras instituições

O despiste sorológico será feito a todos os trabalhadores e estudantes que regressem presencialmente à universidade, em regime voluntário, mas para o qual se espera uma “adesão larguíssima”.

Como o reitor António de Sousa Pereira já havia assegurado ao Expresso, a universidade retomará já no princípio de maio algumas das suas atividades.

JOANA ASCENSÃO RUI DUARTE SILVA Expresso – 27.04.59