U.Porto desafia a cantar e gravar `Grândola Vila Morena` para "celebrar abril"

O Coral de Letras e a Casa Comum da Universidade do Porto lançaram um desafio que, com vista a "celebrar abril", pretende "juntar o maior número de pessoas" a cantar a música `Grândola Vila Morena` de Zeca Afonso.

"É uma oportunidade de celebrarmos abril e lembrarmos o importante papel que as universidades tiveram na preparação do 25 de abril e, vale a pena, nestes momentos, atualizarmos essas memórias", afirmou hoje, em declarações à Lusa, Fátima Vieira, vice-reitora da cultura da Universidade do Porto.

Nesse sentido, a iniciativa visa, até às 20:00, do dia 20 de abril reunir o maior número de vídeos de pessoas a cantar `Grândola Vila Morena`, de Zeca Afonso, uma das senhas de sinalização da Revolução dos Cravos.

"Desde 1974 que o Coral de Letras vai à Praça da Liberdade cantar, na noite de 24 para 25 de abril, a Grândola. É a primeira vez desde então em que não o vai poder fazer", contou a responsável, adiantando que por essa razão, decidiram por "o país todo a cantar".

"As pessoas só precisam de enviar um pequeno vídeo, gravado com o telemóvel, de preferência na horizontal e, se possível com boa definição, onde estejam a cantar uma das quatro vozes (soprano, contralto, tenor e baixo) do arranjo de Fernando Graça Lopes da canção do Zeca Afonso, ou então, a melodia mais simples", explicou.

À Lusa, a vice-reitora da cultura adiantou já ter recebido 50 vídeos, alguns até do estrangeiro, mas espera receber mais para que, posteriormente, os mesmos sejam inseridos "num vídeo maior a ser publicado no dia 25 de abril".

"A Praça da Liberdade é grande, mas agora, temos um espaço maior que é a Internet, que nos permite ir além do território nacional. Já recebemos 50 vídeos e estamos a receber alguns do estrangeiros", contou.

Paralelamente, a esta iniciativa, a Casa Comum da Universidade do Porto, que se associou à Associação 25 de Abril, desafia também todos os portugueses a cantarem, às 15:00 do dia 25, a música `Grândola, Vila Morena` à janela ou varanda.

"É importante que, neste momento, o isolamento social seja compensado por estas redes de apoio e gestos de solidariedade. Esta ativação da memória do passado pode constituir-se como uma visão positiva para o futuro pós-covid", concluiu.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.

Portugal regista 657 mortos associados à covid-19 em 19.022 casos confirmados de infeção, segundo o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

por Lusa