Universidade do Minho assume que não haverá aulas até ao final do semestre

Instituição vai manter todos os cursos a funcionar em regime de ensino à distância e alarga o ano lectivo até ao final de Junho para responder às mudanças.

A Universidade do Minho é a primeira instituição de ensino a decidir que não retomará as aulas presenciais até ao final deste ano lectivo, devido à pandemia de covid-19. O reitor, Rui Vieira de Castro, anunciou esta segunda-feira que todos os cursos vão continuar a funcionar em regime de ensino à distância durante o que resta do segundo semestre. O calendário académico será prolongado até ao final de Junho para responder às dificuldades que esta mudança pode provocar.

Num despacho publicado na manhã desta segunda-feira, o reitor da Universidade do Minho assume que “face à evolução da pandemia, não são previsíveis condições que permitam retomar as actividades lectivas em regime presencial, em segurança, até ao final do semestre em curso”.

Por isso, o que falta do segundo semestre do ano lectivo 2019/20 será assegurado em regime de ensino à distância, tal como tem vindo a ser feito o início do mês. A Universidade do Minho foi uma das primeiras instituições de ensino a suspender as aulas devido aos efeitos da pandemia de covid-19, uma solução que acabaria por ser depois generalizada pelo Governo a todas as instituições de ensino.

A decisão da Universidade do Minho é conhecida numa altura em que, no ensino básico e secundário, se começa a admitir um cenário de prolongamento das aulas à distância durante o terceiro período o que podia ter também efeitos no calendário de exames nacionais e acesso ao ensino superior.

A universidade decidiu também que o seu período lectivo será alargado até 27 de Junho, “de forma a permitir uma gestão mais flexível do desenvolvimento” das disciplinas. Os exames podem vir a ser realizados à distância, se a situação sanitária não melhorar entretanto, antecipa também a reitoria.

Aquela universidade anuncia também a criação de uma época de exames de recurso, até 18 de Julho, a que podem concorrer, “a título excepcional”, todos os estudantes que necessitarem de ser aprovados a alguma disciplina, “incluindo os estudantes que não tiveram oportunidade de acompanhar plena e regularmente as actividades lectivas”.

A Universidade do Minho admite também que o início do ano lectivo 2020/21 poderá ser afectado pela pandemia. O novo calendário académico “será oportunamente fixado, em função da evolução” da situação sanitária.

Samuel Silva - 30 de Março de 2020, Público